Sobre o
Projeto
O projeto PDI Novo Mercado de Energia visa a criação de um ambiente colaborativo para a evolução legislativa e regulatória do setor elétrico. Com o apoio de modelos comportamentais avançados, buscamos propor soluções que valorizem de maneira justa os atributos dos agentes de geração, garantindo um mercado mais equilibrado e sustentável.
Explore abaixo informações detalhadas do projeto.
O projeto Ciência de Dados e Sistemas Inteligentes para propor e quantificar novos Desenhos de Mercado com seus rebatimentos nos stakeholders do Setor Elétrico propõe uma coleta de dados históricos do Setor Elétrico Brasileiro para avaliação de resultados e comportamentos que demonstrem suas ineficiências e as necessidades de atuação para trazer razoabilidade econômica às operações dos agentes
Posteriormente, serão avaliadas as causas-raízes dos problemas, propostas de resolução e serão quantificados os impactos para viabilizar a priorização dos temas a serem tratados. Neste sentido, o projeto é dividido em 3 fases de execução, conforme exposto na Figura 1 e detalhadas na sequência.

“O projeto realizará um diagnóstico completo do setor elétrico atual, avaliando falhas e oportunidades de atuação. Seguiremos então para as análises específicas dos pontos levantados e a priorização dos temas, para então desenvolver um sistema inteligente que consiga avaliar o rebatimento das propostas em cada um dos stakeholders do mercado, utilizando inteligência de dados e IA.”
Fase 1: Diagnóstico
Esta fase do projeto visa levantar fatos e dados através da construção de conectores e bases de dados para realizar os diagnósticos iniciais das falhas e oportunidades de atuações imediatas da Auren Energia frente ao atual desenho de mercado e suas evoluções previstas.
Os seguintes itens deverão ser tratados e avaliados nesta fase inicial do projeto:
- Priorização e Filtro Inicial do que deve ser analisado e quais os diagnósticos pretendidos – Aspectos principais a serem tratados – Com foco no que impacta direta ou indiretamente as hidrelétricas, mas não se limitando aos impactos dessa fonte;
- Levantamento e organização de fatos e dados para análise intensiva do status corrente do Setor Elétrico Brasileiro, com foco em se criar uma base de dados para os modelos a serem desenvolvidos no projeto;
- Análise profunda dos contratos vigentes e de domínio público no Setor, além das avaliações de Energias Asseguradas vis a vis as entregas dos agentes de geração considerando as interferências externas e deslocamentos de geração ocasionados por descasamentos de operação e modelos matemáticos – Energia de papel;
- Por que o preço está baixo? É realmente por conta da chuva ou em função de uma sobra ilusória? Usinas que não têm bom desempenho, limitações operativas que não entram no preço, descasamento entre resultados dos modelos e operação, falta de consideração do unit commitment das Hidrelétricas;
- O sistema hoje cresce muito mais que a carga? Onde está o desequilíbrio?;
- MRE – Quais os desequilíbrios? Deslocamentos Hidráulicos e impactos no GSF, Restrições operativas que impactam GSF e não se refletem no preço, Alocação de custos pouco justas e não transparentes;
- Encargos altos e preços baixos? Está correto?;
- TSA e TEO – Princípios e desequilíbrios;
- Descasamentos entre operação e planejamento via modelos matemáticos – Análise das causas-raízes;
- Criação do Observatório do Setor Elétrico – Como está o casamento planejamento vs. Operação?;
- Exportação de Energia – Quais os indicadores para se criar um mercado eficiente e competitivo de exportação de energia que contemple as usinas hidrelétricas e outras fontes?;
Os esforços de modernização do Setor Elétrico Brasileiro não são recentes, iniciando-se por um processo de reformas progressivas desde os anos de 1990, culminando em sua total reestruturação com o Re-SEB e suas consequências legais e regulatórias que se intensificaram até o início dos anos 2000. Destaques para a criação do MRE, por meio do Decreto 2.655/1998 e do Decreto 3.653/2000 e para as implementações pós racionamento de 2001, que culminaram nas Leis 10.847/2004 e 10.848/2004 e no Decreto 5.163/2004.
Passadas décadas desde a reestruturação, o sistema elétrico evoluiu, sobretudo no que se refere à composição da matriz elétrica, interligação das regiões e no próprio perfil da carga, levando a operação a enfrentar paradigmas que tinham pouca ou nenhuma previsibilidade quando da concepção inicial do atual modelo. Tais situações geram impactos significativos aos agentes deslocados do MRE, por exemplo, que passaram a enfrentar reduções em suas gerações em função da elevada penetração de usinas não controláveis, mudanças nos perfis de carga líquida ensejando usos de suas flexibilidades, além da prestação de serviços ancilares com baixas contrapartidas.
Os impactos derivam, além dos deslocamentos não previstos, de remuneração pelo volume de geração, ignorando especificidades de cada usina, como possibilidade de atender à ponta, regular frequência, recompor a reserva de potência operativa. Ademais, a regulação setorial ainda não se beneficia dos avanços tecnológicos para incentivar comportamentos economicamente consistentes do consumo e dos demais agentes.
Neste sentido, somando-se a diversos outros problemas generalizados no modelo atual convoluido à conjuntura de mudanças climáticas, esforços de revisão do modelo de mercado foram realizados, mas sem alterações profundas do setor, estas previstas inicialmente no PLS 232/2016, aprimoradas e consolidadas na Consulta Pública 33/2017 do Ministério de Minas e Energia, culminando na atualização do PLS para o PL 414/2021 e que se encontra sob análise da Câmara dos Deputados.
Nesta fase de diagnóstico, as propostas que foram objeto de discussão e estudos nos últimos anos e que hoje encontram-se sem encaminhamento serão investigadas para buscar entender os motivos de não terem avançado e avaliar se existem caminhos distintos de argumentação para convencimento dos stakeholders ou se estas podem ser substituídas por desenhos de mercado mais eficientes, ou até se estas devem ser extintas. Este será um dos itens que direcionarão as atividades descritas etapa a etapa na próxima seção desta proposta, sobretudo na Etapa 2 e na Etapa 4.
Temas como a separação do Lastro e Energia, criação de um Mercado de Capacidade, remuneração das Flexibilidades das usinas, Atributos de Geração, entre outros, deverão ser visitados, como ilustrativamente exposto na Figura 2.

Fase 2: Critérios de Priorização
Esta etapa visa a criação de critérios e metodologias claras e reprodutíveis de priorização dos temas levantados e analisados na Fase 1, documentando as principais conclusões obtidas e articulando comunicação eficiente e muito bem fundamentada em fatos e dados com diversos agentes e órgãos do Setor Elétrico Brasileiro.
Os seguintes itens estão contemplados nessa fase:
- Criar uma agenda Auren com os principais temas levantados, fundamentados por Fatos e Dados – O que é possível fazer sem alteração da regulação? – Curtíssimo e Curto Prazos;
- Criar uma agenda Auren com os temas levantados que precisem de regulamentação mais profunda ou alterações no marco legal do Setor Elétrico – Médio e Longo Prazos;
- Agenda Auren de médio e longo prazos para enfrentamento das mudanças climáticas e impactos na produção de energia hidrelétrica;
- Interagir, através de Workshops e reuniões específicas, com os principais stakeholders do Setor Elétrico – peers, ANEEL, CCEE, MME e ONS para criar uma agenda comum, buscando demonstrar os motivos da priorização inicial Auren e aumentar a chance de sucesso dos pleitos de aprimoramento;
Fase 3: Sistemas Inteligentes
O objetivo da terceira fase do projeto é a construção de um Sistema Inteligente de análise de Desenhos de Mercado e rebatimentos nos principais stakeholders do Setor Elétrico Brasileiro em termos financeiros.
Os principais pontos a serem observados no processo construtivo residem nos que seguem:
- Partindo-se do status quo e de seus rebatimentos na evolução do Setor, como os agentes se comportarão no futuro (Com ou sem as mudanças elencadas nas Fases 1 e 2) e quais os impactos em cada um deles em termos de remuneração e custos?;
- Organização das bases de dados e conectores para alimentar os modelos – Quais as variáveis que explicam os comportamentos dos agentes? Quais as variáveis que deverão alimentar os modelos?;
- Modelos, com uso de Inteligência Artificial ou não, para representar o funcionamento setorial e os rebatimentos nos agentes em caso de alterações – GSF, Geração, Consumo, Preços, entre outros;
- Modelos Comportamentais, com uso de Inteligência Artificial, para simular as ações dos agentes de mercado em termos de Migrações entre os ambientes de contratação, Autoprodução, Geração Distribuída ou até mesmo retorno para o Mercado Cativo;